O que é?
CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA VISUAL
Temos cinco principais sentidos com os quais percebemos o mundo à nossa volta – olfato, paladar e tato são os sentidos mais ligados às sensações corporais; e audição e visão que são os sentidos mais desenvolvidos.
O sentido da audição se dá no tempo, ou seja, quando ouvimos um som ele tem começo e fim e pode se repetir. Já o sentido da visão se dá no espaço, ele é contínuo e percebido de forma imediata, sendo responsável por 80% das informações que recebemos, é muito importante na formação da noção de realidade.
Quando a pessoa é deficiente visual, vai usar os outros sentidos para perceber e relacionar-se com o mundo à sua volta, podendo ter um desenvolvimento normal, mas a sociedade tem que fornecer os recursos, como eliminar barreiras físicas e invisíveis, proporcionar educação e atendimento especializados.
COMO RELACIONAR-SE COM A PESSOA DEFICIENTE VISUAL
Respeito, educação e carinho
- Não sinta pena do deficiente visual. A educação especial e a reabilitação permitem superar muitas dificuldades.
- A cegueira é uma deficiência sensorial, não é uma doença.
- É de extrema indelicadeza chamar um deficiente visual de 'cego' ou 'ceguinho'.
- Se a pessoa com deficiência visual estiver acompanhada, dirija-se diretamente a ela, identifique-se e faça um contato físico: toque ligeiramente seu braço ou seu ombro, mostrando que está se dirigindo a ela. Também não é o caso de falar aos berros.
- Às vezes, as pessoas evitam usar palavras como 'ver', 'olhar', 'cegueira' etc. quando conversam com pessoas com deficiência visual. Não há motivo para isso.
- Os portadores de deficiência visual se interessam por tudo que interessa a você, desfrutando das coisas a seu modo.
- Não pense que todos os deficientes visuais têm dons artísticos, em particular musicais.
- Não pense que os cegos têm um sexto sentido ou alguma outra compensação pela perda da visão. Eles apenas desenvolvem recursos latentes em todos nós.
- É preconceituoso achar que as pessoas com deficiência visual só podem desempenhar determinadas profissões. Atualmente, eles são analistas de sistemas, digitadores, operadores de tele marketing, psicólogos, montadores de peças etc.
- Não gesticule nem aponte, pois isso não significa nada para o portador de deficiência visual. Ao indicar direções, tome como referência a posição dele, e não a sua.
- Em ambientes desconhecidos, ou em situações novas, ofereça ao deficiente visual o maior número possível de informações, para que ele se oriente e se localize, sabendo o que está acontecendo. Evite que ele passe momentos de tensão e desconforto.
- O deficiente visual não precisa adivinhar quem está falando com ele; sua memória auditiva é boa, mas é impossível se lembrar de todas as vozes. Identifique-se quando o encontrar e despeça-se dele quando sair.
- Se encontrar uma pessoa cega sozinha, pergunte se ela quer ajuda e qual é a forma mais adequada. Mas, não se ofenda se seu oferecimento for recusado: nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio.
- Mantenha o caminho por onde passa um deficiente visual limpo e desimpedido: objetos fora de lugar podem causar acidentes.
- Para mostrar onde está uma cadeira, basta colocar a mão do deficiente visual no encosto da mesma: ele vai saber onde ela está e vai se sentar sem problemas.
- Um deficiente visual não é de responsabilidade exclusivamente sua, mas de toda a sociedade. E, acima de tudo, deve ser responsável por si mesmo. Não faça tudo por ele, como se fosse incapaz.
- Não é preciso dar comida na boca da pessoa com deficiência visual. Descreva os alimentos servidos, faça o prato para ela e explique onde está a comida no prato. Ela pode falhar algumas vezes, mas se arranjará sozinha.
- A pessoa cega pode não saber que há manchas, rasgos ou um pequeno desalinho em suas roupas ou sapatos. Avise-a, mas de modo discreto.
- Se você encontrar um deficiente visual parado na calçada, não o puxe nem empurre, forçando-o a atravessar a rua. Pergunte antes se ele quer.
- Nunca puxe ou empurre a pessoa deficiente visual. Ofereça seu braço; pelo movimento de seu corpo, ela vai perceber se você está virando à direita ou à esquerda etc.
- Não siga o deficiência visual, pensando em evitar problemas. O deficiente visual, quando está sozinho, está alerta, com os outros sentidos aguçados; ele pode perceber sua presença e se irritar com isso, perdendo a concentração.
- Em uma escada, coloque a mão dele sobre o corrimão, se houver. Caso contrário dê o braço a ele ou algumas dicas a respeito da estrutura da escada.
- Não empurre ou levante a pessoa com deficiência visual para entrar no ônibus. Coloque sua mão sobre a alça externa vertical e ela subirá sozinha. Dentro do ônibus, ela pode preferir ficar de pé.
- Quando você estiver no ponto do ônibus e chegar um deficiente visual pedindo para avisar quando sua condução chegar, não se esqueça de fazê-lo. Caso seu ônibus chegue antes, avise outras pessoas; se não houver mais ninguém, avise o portador de deficiência, pois ele confiou em você.
- Quando uma pessoa portadora de deficiência visual for entrar ou sair de um carro, preste muita atenção antes de bater a porta, para não prender os dedos dele·.
- Nem todos os deficientes visuais são pessoas carentes.
- Se você conhece pessoas com deficiência visual ou que tenham membros da família com essa deficiência e que estejam em idade reprodutiva, oriente-as para procurar um serviço de aconselhamento genético. Essa é a única forma de saber se há possibilidade de ter filhos com essa deficiência.
- Se você conhece um bebê com problemas visuais, oriente a família para levá-lo a uma clínica ou escola especializada o mais cedo possível. Não se deve esperar que ele cresça para receber tratamento adequado. Quanto mais cedo for atendido, maiores chances terá de superar suas dificuldades.
Material enviado pela entidade ASAC de Sorocaba
SITE DA ASAC: www.asac.org.br
O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).
Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/ 18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ ou execução de uma tarefa.
Os estudos desenvolvidos por BARRAGA (1976), distinguem 3 tipos de deficiência visual:
CEGOS: têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão.
Portadores de VISÃO PARCIAL: têm limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância.
Portadores de VISÃO REDUZIDA: são considerados com visão indivíduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes.
Causas
As principais causas da cegueira e das outras deficiências visuais têm se relacionado a amplas categorias:
· Doenças infecciosas;
· Acidentes;
· Ferimentos;
· Envenenamentos;
· Tumores;
· Doenças gerais e influências pré-natais e hereditariedade.
Bibliografia
MASINI, E. F. S. – O Perceber e o Relacionar-se com o Deficiente Visual. Brasília: Corde, 1994.
ISAAC, M. J. P. (tradutora) As Deficiências Visuais – Deficiências e Adaptações, Ed. Manole, SP, 1989.